sexta-feira, 30 de abril de 2010

UM CONEUFPA COM A CARA DOS ESTUDANTES DA UFPA

É certo que tivemos pontos negativos e foram sérios. O fato de o coletivo, como disse um companheiro “levar o piano do congresso nas costas” resultou na nossa falta de organização política. É sabido que em política não há vácuo. O espaço que tivemos dificuldade em ocupar, foi ocupado de forma oportunista por outras organizações. Isso acarretou alguns prejuízos principalmente, com a perda da resolução da ANEL e o Encontro da Interiorização.

No entanto, quero me ater traz uma avaliação muito positiva do CONEUFPA. Já de cara nos surpreendemos com o número extremamente significativo de estudantes inscritos e de participantes das atividades propostas pela organização do evento. Só de inscritos foram mais de 2000 pessoas, e a média de participação de nas atividades também era alta, o Anderson falou em cerca de 800 estudantes.

Refiro-me a estes números como extremamente significativos porque é o que são de fato. Por primeiro significam que não realizamos um congresso de vanguarda. Fico a imaginar se alguns setores que bem conhecemos tivessem levado o Congresso nas costas como o fez o Romper o Dia. Seria certamente feito sobre um discurso máximo, vanguardista e incapaz de dialogar com o conjunto dos estudantes. O V CONEUFPA acertadamente iniciou por discussões estruturais afuniladas para discussões específicas de forma a interpretar a cena sobre a qual está pintada a realidade dos estudantes de forma clara e didática.

A massiva participação do público revela ainda que há interesse nas pautas de que tratava o Congresso: as pautas dos estudantes. Creio que isto não se dá por acaso, ao contrário, revela que a política do Romper o Dia tem sido acertada dentro da UFPA agindo em conformidade com a realidade estudantil, levando em consideração suas diversas peculiaridades. A própria organização do Congresso revela isto ao mesclar o interesse acadêmico ao político e entender, mesmo que várias vezes não conseguisse evitar, que o estafe de atividades demasiado longas é bem mais frequente em um público majoritariamente jovem.

O ato denominado Grito da Interiorização, em especial, foi um dos momentos mais importantes deste congresso. Fez o Reitor ouvir a voz dos interiores e perceber que estes não se calarão e foi pedagógico, pois mostrou aos estudantes dos diversos campi representados qual é o caminho para avançar nas conquistas que antes pareciam distantes a perder de vista, mas agora  parecem se mostrar mais próximos.

Ao ver o panorama geral do Congresso, recordo-me de Trotsky que ao ver toda rudeza dos operários e camponeses russos no Congresso do partido afirmou que o mesmo havia tomado a cara do povo.

A imagem que vi deste Congresso mostra a cara dos milhares de estudantes da UFPA com todos os seus traços, aspectos e peculiaridades, desde o estudante dos mais longínquos interiores, daqueles que travam a luta diária contra Belo Monstro no olho do Furacão até os estudantes de cursos mais elitizados da UFPA.

Talvez o poeta visse imagem semelhante quando disse ver ‘o vento bater na roseira e espalhar a primavera’.


 Romper o Dia!


        João Pinheiro
Estudante de Pedagogia
Campus de Breves

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