sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Letras UFPA pede socorro - Por Aline Santana


Imagine um curso de nível superior, com mais de mil alunos matriculados, ter disciplinas do bloco cancelas a cada semestre por falta de professor. Eis a realidade da graduação em Letras da Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus Guamá.

No primeiro semestre de 2009, as aulas em Letras começaram em meio ao caos da falta de professores. Diversas turmas ficaram sem aula por não ter professor suficiente para assumir disciplinas. Muitos foram os alunos que se indignaram com essa situação, pois esperavam o máximo de qualidade dessa “Universidade Pública”, por ser financiada com “recursos federais”, ou melhor, o dinheiro do povo. Mas infelizmente é o que ocorre em muitas IES, a precariedade no ensino; imagine o que será da pesquisa e da extensão?

Em meio a essa indignação, no dia 16 de abril de 2009, os estudantes de Letras da Universidade Federal do Pará ocuparam a reunião da Congregação do Instituto de Letras e Comunicação (ILC), com o objetivo de cobrar providências imediatas da direção, sobre a falta de professores no curso. Tal iniciativa teve boa repercussão, inclusive na imprensa paraense, que registrou o ato. Logo em seguida, os estudantes obtiveram a “vitória” de conseguir uma audiência com a administração superior da UFPA, estando presentes discentes de Letras, os diretores das faculdades (FALE e FALEM) e as pró-reitorias (PROEG, PROPLAN e PROGEP). Mas infelizmente, pouco foi encaminhado nessa audiência, devido ao momento de transição de reitor na UFPA.

E neste segundo semestre de 2009 os problemas permanecem. Turmas que deveriam ter 4 ou 5 disciplinas têm uma ou duas disciplinas. E isso por quê? Porque o numero de professores não é suficiente para atender a demanda de turmas. Um grande exemplo é a turma de Espanhol/2009, que deveria ter quatro disciplinas e adivinhem quantas estão tendo? UMA disciplina! E automaticamente estarão fora de bloco no próximo semestre, por uma responsabilidade que não é nossa e sim do “sistema”



Diante desse mesmo problema, o Centro Acadêmico de Letras e os alunos do curso de Letras UFPA se mobilizaram em um ato nomeado APITAÇO CONTRA A FALTA DE PROFESSORES, no dia 10/1, paralisando as aulas no curso. Ele teve boa repercussão. O objetivo inicial era protocolar os abaixo-assinados que foram vinculados na graduação de Letras da UFPA. Eles reivindicavam a imediata contratação de professores para o curso. Os discentes concentraram-se no estacionamento próximo aos blocos de aulas e seguiram em direção ao Instituto de Letras e Comunicação, com o objetivo de aglutinar mais estudantes. O fim desse Apitaço se deu na reitoria da UFPA, mais precisamente na sala do reitor Carlos Maneschy, que fez questão de receber os alunos em sua sala e escutar as reivindicações. Mas, infelizmente, nada de concreto foi feito/dito pelo reitor. Apenas uma data foi marcada para mais uma audiência com a administração superior da UFPA.

No dia 26 de novembro de 2009, às 9h, esperamos dar um basta nessa situação que tormenta todos os alunos de Letras. E para solucionar não só os problemas do Curso de Letras, mas vamos lutar por mais vagas (concurso público) para professores efetivos. Para quem desconhece, o próximo concurso público para professor efetivo em Letras ofertará apenas uma vaga. E para que possamos mudar essa realidade, outra vez os estudantes precisarão estar à frente nessa luta e mostrar que só com mobilização e união é possível garantir vitórias.

Aline Santana é e estudante de Letras (Língua Portuguesa) da UFPA

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